domingo, 28 de novembro de 2010

pensando no tempo


O tempo passa muito rápido, tão rápido que não temos tempo de percebê-lo... Quando nos damos conta, aquele já passou e estamos em outro, ficando a saudade, a lembrança, o cheiro daquele dia, as imagens que insistem reviver frente a nossos olhos quando estamos naquele lugar em que estivemos no passado, às vezes não tão remoto.  É tão rápido que não sobra tempo de nos apercebermos dele no instante em que vivemos, ele simplesmente nos faz remeter ao passado, em especial àquele que, como em alguns atuais, marcam os nossos sentidos. Os dias de sol, os sorrisos espontâneos, os momentos em que felicidade era simplesmente sentida sem se notar o quão valioso poderia ser aquele momento... Aqueles breves sorrisos que de tão sinceros se mostravam nos olhos, olhos que sorriam com a alma. Momentos de pura contemplação, sozinho ou mesmo acompanhado daquelas pessoas cujo silêncio valeria eternamente à pena. O por de sol com a pessoa que você amou e tem a certeza que sempre irá amar como aqueles amigos que aqui dentro singelamente ficam. Talvez pensar no tempo, te remonte àquele dia em que lágrimas desciam sua face e o seu consolo vinha dos céus. Aquelas noites vazias, mas especiais que te faziam sentir parte das estrelas. Do dia em que ver os olhos de quem você ama era a única coisa que você precisava para respirar alivio e tirar aquele sufoco do peito. Quando souber que mesmo se estiver só, sempre terá alguém que pode estar sozinho ao seu lado e mesmo que você queira, jamais alguem invadirá o espaço de solidão que compente a cada um de nós. Pensar no tempo, nos faz lembrar aquele dia, em que depois que “deixou” de ser criança, teve a oportunidade de correr, pular e se permitir respirar a chuva como um pequeno e voltar, mesmo que por um momento, a ver o mundo como antes. As companhias... Aqueles ternos amigos, aqueles amores, aqueles eternos professores, aqueles grandes irmãos... Que nunca te negam partilhar dessa trilha marcada pelo tempo, desses instantes únicos da vida. Pensar no tempo faz viver incessantemente o que viveu, bem como se ocupar de cuidar do presente. Talvez em alguns momentos pensar no tempo pode te remeter ao futuro, mas com certa obscuridade e a certeza de que a melhor forma de se chegar a ele é sentir e construí-lo a cada instante, apreciando e cuidando das rosas e dos pequenos e tímidos brotos que ela der. E se alguma folha amarelar saiba que ainda há tempo para adubá-la e cuidá-la com carinho. Sinta-se responsável por todas as rosas que com você partilham desse devir, às vezes não tão doce, que é o tempo de viver.